quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


Caso que conferiu-lhe notórias citações em obras de ficção. "Tenda dos Milagres" é um bom exemplo. Sobre a feijoada, conta-se: "Um dia Procópio estava comendo em sua casa. Chegou um filho-de-santo, com quem ele tinha brigado. Então, Procópio manda ele embora com outra briga. Com isso, comete um grande pecado para o candomblé: negar comida a um filho-de-santo. O santo pegou Procópio e falou que ele estava multado. Na semana seguinte, ele deveria fazer uma feijoada no terreiro convidando todo o mundo" [1] . Colocava-se uma esteira no chão, na ponta da esteira a panela de barro com a feijoada. Todos deveriam, ali, come-la. Ao tocarem na comida, todas as filhas-de-santo "caíam no santo". Nào era uma feijoada como costumeira, mas uma feijoada com preparos, temperos e carnes especiais.
Profundo conhecedor das ervas, possuía uma quitanda (herbário) no Gravatá, perto de sua residência. Possuía profunda relação com o terreiro do Alaketu, tendo auxiliado Dona Dionísia (mãe-de-santo àquela época) na feitura de dezenas de barcos, entre estes o barco da atual iyalorixá do terreiro, Olga Francisca Régis (Olga do Alaketu) e Tia Delinha d'Ogum (com casa no bairro de Miguel Couto - RJ), de quem foi pai-pequeno. Eram terreiros irmãos e por isso possuíam casas especiais para abrigar os irmãos da comunidade visitante. Essa parceria entre os dois terreiros fez com que objetos rituais do terreiro do Alaketu, que estavam em temporada no Ilê Ogunjá, fossem apreendidos pela polícia de Pedrito como peças do terreiro de Procópio, o que comprova a imensa familiaridade entre Procópio e Dionísia. Faleceu em 1958, com idade ignorada (aproximadamente 70 e poucos anos).

[1] Entrevista realizada com Màezinha - afilhada de Procópio

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